As fraturas isoladas da ulna são lesões raras, geralmente causadas por um golpe direto no antebraço, como acontece quando uma pessoa tenta se proteger de um impacto (por isso o nome em inglês, "nightstick fracture", como se fosse atingido por um cassetete).
A ulna é um dos dois ossos do antebraço (o outro é o rádio). Ela se localiza do lado do dedo mínimo e tem papel importante na estabilidade do cotovelo e na movimentação do antebraço.
Golpe direto no antebraço (defesa pessoal)
Quedas com o braço estendido
Acidentes de carro ou moto
Lesões relacionadas ao uso de certos medicamentos (ex: bifosfonatos)
Lesões associadas, como fratura do rádio ou luxações do cotovelo
Dor intensa e localizada no antebraço
Inchaço e hematoma
Dificuldade para movimentar o braço ou a mão
Sensação de fraqueza
Em casos graves, dormência ou alterações na circulação
Exame físico detalhado, avaliando dor, deformidade e pulsos
Radiografias do antebraço, cotovelo e punho (frente, perfil e, se necessário, oblíquas)
Tomografia em casos de fraturas complexas ou múltiplas
🟢 Sem cirurgia (conservador)
Indicado quando:
A fratura não está desviada ou tem até 10° de desvio
Os ossos estão bem alinhados (menos de 50% de deslocamento)
Modalidades:
Gesso ou órtese funcional
Mobilização precoce quando possível
🔍 Resultado: Mais de 90% de consolidação sem necessidade de cirurgia.
🔴 Com cirurgia (ORIF – Fixação Interna)
Indicada quando:
A fratura está desviada
Envolve a parte superior da ulna
Há fraturas expostas (com ferida)
Há risco de não consolidar corretamente
Técnicas:
Fixação com placa e parafusos
Em casos com perda óssea, pode ser necessário uso de enxerto ósseo
Em fraturas com múltiplos fragmentos, pode-se usar a técnica de ponte (bridge plating) ou enxertos especiais (como a técnica de Masquelet)
Infecção (especialmente em fraturas expostas)
Não consolidação do osso (não união)
Desvio do osso após a cicatrização (malunção)
Síndrome compartimental (compressão de músculos e nervos)
Lesão de nervos, principalmente em lesões associadas ao cotovelo
Refratura, principalmente se o material for retirado precocemente
Fraturas pouco desviadas apresentam excelente recuperação com imobilização e acompanhamento.
Casos mais graves, com múltiplos fragmentos ou exposição óssea, podem exigir cirurgia e reabilitação prolongada.