As lesões do plexo braquial acontecem quando há dano nos nervos que saem da coluna cervical e controlam o movimento e a sensibilidade do ombro, braço e mão. Elas podem variar desde uma fraqueza leve até perda completa de movimento e sensibilidade no braço afetado.
As causas mais comuns são:
Acidentes de moto ou carro
Quedas com o braço estendido
Traumas no ombro ou na lateral do pescoço
Durante o parto, no caso de bebês (lesões obstétricas)
Erb-Duchenne (C5-C6): afeta o ombro e parte do braço – o braço fica colado ao corpo e virado para dentro ("ponta da asa de garçom").
Klumpke (C8-T1): mais rara, afeta a mão – pode causar "mão em garra".
Total (C5 a T1): paralisia completa do braço – braço flácido, sem força nem sensibilidade.
Algumas lesões são mais superficiais e têm chance de regeneração, enquanto outras são mais profundas (ligadas à medula) e não se regeneram sozinhas. Quanto mais próxima da medula a lesão, pior o prognóstico.
Exame físico cuidadoso avaliando movimentos, força e sensibilidade do braço
Exames complementares:
EMG (eletromiografia): avalia os músculos e os nervos
Ressonância magnética: mostra lesões mais detalhadas
Tomografia com contraste (mielotomografia): detecta avulsões, quando o nervo se rompe da medula
Raio-X: pode mostrar fraturas associadas (clavícula, costela, ombro)
Dor intensa no braço anestesiado
Falta de movimento desde o início
Queda da pálpebra, pupila contraída (Síndrome de Horner)
Braço “pendurado” e sem controle
🧘♂️ Conservador (sem cirurgia)
Indicado nos casos mais leves, com chance de recuperação espontânea:
Aguardar até 3-6 meses, com fisioterapia e acompanhamento
Observa-se se o paciente apresenta sinais de melhora (sensibilidade, contração muscular)
🛠️ Cirúrgico
Quando não há recuperação espontânea, é possível reconstruir os nervos:
Reparo direto do nervo – raro, apenas em cortes recentes e limpos
Enxerto de nervo – usa nervos de outras partes do corpo (como a perna) para reconectar áreas lesionadas
Transferência de nervos – utiliza nervos que ainda funcionam para ativar músculos importantes (ex: usar parte do nervo do tórax para dar força ao bíceps – técnica de Oberlin)
Transferência muscular – retira um músculo com seus nervos e vasos (como o músculo grácil da coxa) e o “reimplanta” no braço para recuperar função
A regeneração do nervo é lenta, cerca de 1 milímetro por dia
Pode levar até 2 a 3 anos para alcançar o resultado final
O foco é sempre recuperar movimentos essenciais, como dobrar o cotovelo ou levantar o braço
✅ Melhor prognóstico:
Lesões mais distais (longe da medula)
Lesões apenas dos nervos superiores (ombro e braço)
Preservação da função da mão
❌ Pior prognóstico:
Avulsão dos nervos (rompimento desde a medula)
Lesão de todo o plexo (C5 a T1)
Ausência de melhora após 6 meses