A fratura da parte distal (final) da clavícula ocorre com frequência após uma queda sobre o ombro ou impacto direto, especialmente em pessoas mais velhas com os ossos mais frágeis. É uma lesão que pode causar dor intensa e limitações nos movimentos do braço.
A clavícula é o osso que liga o ombro ao tórax. A parte final da clavícula (mais próxima ao ombro) se conecta com outro osso chamado acrômio, formando a articulação acromioclavicular (AC).
Essa área é sustentada por ligamentos importantes — chamados coracoclaviculares (CC) — que ajudam a manter o osso no lugar. Quando esses ligamentos estão rompidos ou enfraquecidos, a fratura pode ficar instável e exigir cirurgia.
Queda direto no ombro
Acidente de moto ou bicicleta
Traumas esportivos
Dor intensa na parte da frente do ombro
Inchaço e hematomas
Sensação de "osso fora do lugar"
Dificuldade ou dor ao levantar o braço
Em casos mais graves: alteração na sensibilidade ou força no braço
Raio-X de ombro com ângulo especial (visão “zanca”) para ver melhor o deslocamento
Tomografia (CT) nos casos mais complexos ou para planejamento cirúrgico
O tratamento depende da posição do osso quebrado e da estabilidade da articulação. Existem dois caminhos:
✅ Tratamento sem cirurgia (conservador)
Usado quando o osso está pouco deslocado e os ligamentos estão íntegros
Uso de tipoia por algumas semanas
Fisioterapia para recuperar os movimentos
Indicado principalmente para fraturas estáveis (tipo Neer I, III ou IV)
🛠️ Tratamento com cirurgia
Indicado quando:
A fratura está muito afastada ou fora do lugar
Os ligamentos estão rompidos (tipo Neer IIA, IIB ou V)
Há risco de não colar corretamente
Há comprometimento de nervos ou vasos
O paciente tem outros traumas associados (como escápula ou costelas)
O osso é fixado com placas e parafusos
Em alguns casos, pode ser necessário usar uma placa com gancho ou fazer a reconstrução dos ligamentos com enxerto ou técnicas específicas
A placa com gancho pode ser temporária e retirada após alguns meses
Pode ser feita por artroscopia com técnica minimamente invasiva
Tipoia por até 10 dias
Exercícios leves de movimento já nas primeiras semanas
Fortalecimento muscular entre 6 e 10 semanas
Retorno aos esportes por volta de 3 meses (caso tudo ocorra bem)
Dor persistente ou movimento limitado
Não consolidação do osso (cerca de 15% dos casos sem cirurgia)
Irritação pela placa (muitos pacientes pedem retirada após a consolidação)
Risco pequeno de infecção ou lesão de nervo
Rigidez no ombro (capsulite adesiva)
Com o tratamento adequado — seja com ou sem cirurgia — a maioria dos pacientes recupera bem os movimentos e a força do ombro. O acompanhamento médico e a fisioterapia são fundamentais para um bom resultado.